O dinheiro no Brasil Colônia foi a moeda-mercadoria. Durante certo tempo o comércio era feito por meio de trocas de mercadoria, mesmo após a inserção da moeda como dinheiro.
Na realidade a primeira moeda do Brasil foi o “açúcar” que em 1614 foi decretado como dinheiro, por ordem de Constantino Menelau, governador na época. Outros produtos como, madeira, algodão e o fumo também tinham essa função.
As primeiras moedas feitas a partir de ouro, prata e cobre, chegaram ao Brasil após o início da colonização portuguesa. O dinheiro vinha de Portugal, mas com origem da Espanha, que era rica em matéria prima em seu império.
LINHA DO TEMPO DAS MOEDAS BRASILEIRAS.
Eram quadradas, pequenas e de ouro. Em 1645 foram cunhadas as primeiras moedas oficiais em território nacional conhecidas como Obsidionais.
Com a expulsão dos holandeses, criou-se a falta de moedas, o que levou o governo Português a criar no ano de 1695 a primeira Casa da Moeda do Brasil localizada na Bahia. Foi cunhada uma série de moedas de 1000, 2000 e 4000 Réis de ouro e 20, 40, 80, 160, 320 e 640 Réis em prata.
Após esses avanços foram criadas casas da Moeda em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Cuiabá e São Paulo.
No período em que o ouro estava no auge, entre 1724 e 1727 aqui no Brasil, tiveram como destaque as moedas de 400, 1000, 2000, 4000, 10.000 e 20.000 Réis na Casa da Moeda de Minas Gerais, chamada de “série dos dobrões” em referência que as moedas de 20.000 Réis, que é ainda hoje a moeda de maior valor intrínseco já cunhado no mundo.
REINO UNIDO
Assim que assumiu o reinado, D. João VI estabeleceu o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que gerou mudanças nas características de seu brasão. Quando D. João VI volta para Portugal em 1821, deixou seu filho príncipe Pedro como regente do Brasil.
Em 1822, dia 7 de setembro, o príncipe Pedro proclama a independência do Brasil, e a primeira moeda do Brasil independente, foi o 6.400 Réis, teve vida curta e foram cunhados apenas 64 exemplares, tornando essa moeda conhecida como “Peça da Coroação” a peça mais cobiçada do acervo nacional de moedas.
BRASIL IMPERIO
Por volta de 1833 ocorreu evento histórico conhecido como “Troco do cobre” devido a grande quantidade de falsificações nas moedas de cobre. A medida consistiu em recolher e substituir as moedas por cédulas. Para diminuir a falsificação, centralizou-se a cunhagem de moedas na Casa da Moeda do Rio de Janeiro.
As moedas comemorativas merecem sua atenção, afinal foram cunhadas em série limitada. Sendo as primeiras moedas comemorativas do país, temos a série do “IV Centenário do descobrimento” cunhadas em 1900. Em seguida temos também as famosas moedas que completam a série “Vicentina”, celebrando o quarto centenário da colonização do Brasil.
Em 1849 implantou-se o 3º sistema monetário seguindo os padrões da convenção Latina.
REPÚBLICA
Com a entrada da República em 1889 a desvalorização do dinheiro passou a ser um mal crônico. As crises financeiras tomaram conta do país. Somente no ano de 1911 o dinheiro brasileiro teve seu registro de alta no mercado internacional.
Em 1906 foi fundada a Caixa de Conversão para a luta contra a crise no mercado cafeeiro, produto importantíssimo para a economia brasileira. A caixa emitiu cédulas de valores que variavam entre 10 mil Réis e 1 Conto de Réis, conhecidas como papel-ouro pois tinha-se a garantia de ser trocado por moedas de ouro.
Mas o mil-réis teve grande desvalorização devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi no período de 1929 que começou a crise da produção de café no Brasil.
Para estabilizar a situação, foi criada a Caixa de Estabilização. Este órgão emitia cédulas que podiam ser tocadas por barras de ouro e/ou moedas de ouro, na tentativa de formar um estoque para que o dinheiro brasileiro ganhar valorização.
Essa medida não obteve sucesso. As crises foram tão grandes que acabou o estoque, encerrando suas atividades em 1930.
Em 1933 o Brasil começa a se recuperar. Isso ocorreu principalmente por causa da política de defesa dos interesses dos cafeeiros.
ERA VARGAS
O governo de Getúlio Vargas aconteceu em um período de mudanças na economia do país. Durante seu governo, em 1942, foi instaurado a moeda Cruzeiro, ou como conhecemos popularmente hoje, “moedas amarelas”.
Foram emitidas as moedas de 10, 20 e 50 centavos e também 1, 2 e 5 cruzeiros.
REPÚBLICA ATUAL
Passou-se alguns anos e houve a Reforma Monetária. Foi decretado pela Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, que o Cruzeiro Novo corresponderia ao antigo Cruzeiro. Conforme o decreto determinou: “É o Banco Central da República do Brasil incumbido de providenciar a remarcação, impressão e aquisição de cédulas e cunhagem das novas moedas metálicas, nas quantidades indispensáveis à substituição do meio circulante”.
Após 20 anos deste decreto, uma nova mudança na economia brasileira veio acontecer. A inflação crescente, foi instaurado o plano monetário Cruzado. Tendo seu valor mil vezes maior que o Cruzeiro.
Este evento aconteceu durante o período de governo em que Tancredo Neves iria assumir como presidente do Brasil, mas falece, dando lugar ao seu vice José Sarney.
1989, ano em que novamente o dinheiro nacional sofre inflações, desestabilizando-se. Surge o plano monetário Cruzado Novo instituído por Maílson Nobrega, ministro da época. Inicialmente foram reaproveitadas algumas cédulas do padrão Cruzado, em que eram carimbadas com seus respectivos novos valores. Mais tarde as cédulas oficiais de Cruzado Novo foram emitidas.
No mesmo ano foi eleito o novo presidente da República: Fernando Collor de Mello. Com este novo governo, criou-se uma nova moeda com o nome já bastante conhecido: Cruzeiro. Essa nova moeda seguia princípios do Plano Collor, cujo a intenção era evitar um problema semelhante ao Plano Bresser de 1987.
Essa nova moeda, o Cruzeiro, circulou entre 1990 e 1993. Em 1992 Fernando Henrique Collor foi impedido de presidir, dando oportunidade ao seu vice Itamar Franco de colocar novamente o país nos eixos.
Mais uma mudança no dinheiro do Brasil: Cruzeiros Reais. Ainda vivíamos a inflação no dinheiro, e por essa razão a mudança monetária foi aplicada. De início, as primeiras cédulas deste novo padrão adotaram os carimbos nas antigas cédulas de cruzeiro, como resultado diminuiu-se 3 zeros de seu valor: o que valia 50.000 por exemplo, passou a valer 50 cruzeiros reais.
Posteriormente foram inseridas as cédulas já oficiais do Plano que se estabelecia. As novas cédulas de Cruzeiros Reais entraram no mercado com os valores de 5.000 e 50.000. A cédula de 10.000 conhecida por Rendeira, tornou-se lendária aos colecionadores e numismatas pois chegou a ter seu design aprovado, mas não entrou em circulação.
Não completamos 1 ano de Cruzeiro Real e mais uma vez a moeda do Brasil sofreu mudanças. Em 1994 foi instituído o Real como novo plano monetário prometendo chegar para ficar e estabilizar a economia do país de uma vez por todas. 1998 atualizamos as moedas criando a Segunda Família do real, moedas circulantes até os dias atuais.
Em 2010 foi a vez das cédulas de atualizarem seu design e elementos de segurança. De acordo com o Banco Central do Brasil “é importante promover a renovação das notas do Real, para deixá-las mais modernas e protegidas. As notas da Segunda Família do Real contam com novos elementos gráficos e de segurança, capazes de impor obstáculos mais sólidos às tentativas de falsificação, além de promover a acessibilidade aos portadores de deficiência visual, oferecendo mais recursos para o reconhecimento das notas por essa parcela da população”
O sucesso desse padrão monetário já completou seus 25 anos em 2019, onde tivemos o lançamento da moeda comemorativa de 1 Real.
Essa moeda contém o beija-flor símbolo do Real, que foi estampado nas primeiras cédulas de 1 Real, hoje não mais utilizadas.
