Os principais elementos da competência que difere o guardador de cédulas, moedas e medalhas do colecionador numismata é que esse, como agente estratégico, é conhecedor dos cenários históricos, organizador temático, catalogador e controlador da sua coleção e, ao fazê-lo desenvolve competências em economia, administração e operações logísticas.
POR UMA QUESTÃO DE FOCO E ORGANIZAÇÃO
Como agente estratégico e estudioso, o colecionador já iniciado sabe fazer análise de cenários e tendências e acaba desenvolvendo competências em economia, administração e logística que nascem ao estabelecer padrões básicos de controle da sua coleção.
Em seus diversos elos de valores, organizar o acervo demanda noções de estratégia, princípios básicos para tomada de decisões com base em conteúdos de relevância (como o blog do Caravelas Coleções) e, principalmente, o desenvolvimento de noções estratégicas e competências como organizar sua coleção enquanto colecionador e numismata.
Conforme vimos no texto da semana anterior (CLIQUE AQUI PARA VER O ARTIGO) a realidade do mundo hoje é definida pelos grandes pensadores como Mundo BANI. Neste contexto, cada vez mais entramos em cenários disruptivos, inovadores e desafiadores onde o colecionador precisa não mais seguir alguns poucos modelos de coleções, mas sim agora ele é convidado para criar sua própria metodologia para colecionar o tema que gosta baseando-se em informações mais consistentes, fundamentadas em pesquisas profundas, que direcionarão sua jornada!
MUITO MAIS DO QUE AJUNTADOR
A numismática compreendida como um projeto ou interesse pessoal do colecionador, além de proporcionar lazer, também é uma atividade que ensina gestão para o indivíduo. Estes princípios cada vez mais emergem frente aos novos paradigmas uma numismática que se assemelha a estrutura de uma empresa onde os insumos (acessórios, livros, textos, acrílicos, álbum, catálogo, coins holder, etiquetas, folhas e lupas) e matéria prima (Moedas, Cédulas, Medalhas, Fichas, Bilhetes de Loteria) transformam-se em uma espécie de manufatura onde cada colecionador cria e desenvolve a sua coleção.
Pensando nisso, voltamos a questão: NUMISMATA seria Cientista, Técnico ou Artesão?
Mas como assim, Lucas? Imagine quantas coleções diferentes foram feitas por todo o mundo. Cada colecionador escolhe a sua modalidade e cria seu método e partindo daí, escolhe os organizadores de sua preferência para estruturar sua coleção.
Outro importante fator é o de valorização da coleção. Da mesma forma como uma estrutura corporativa tem como objetivo crescer à medida que realiza seus investimentos, cumpre com suas estratégias e atinge seus objetivos. Para a numismática o princípio é o mesmo: investir para valorizar.
Assim uma boa coleção se assemelha a uma empresa com seus produtos e serviços, e, observada como uma vantagem competitiva da pessoa que a fez devido as competências e habilidades que que o numismata desenvolve ao longo de sua jornada. Além disso, é também reconhecida pelo seu valor no Mercado Numismático, principalmente quando as peças desta coleção são de alta qualidade.
O PULO DO GATO
Normalmente, a transição de ajuntador para colecionador ocorre quando esse abre a mente para entender verdadeiramente a numismática como ciência e desenvolver conhecimento através de muita leitura em livros e textos relevantes, vídeos e cursos de pessoas referência no assunto, além de uma boa dose de conversa com outros colecionadores que possam contribuir com o seu conhecimento. Claro que eu não deixaria de me referir também ao nosso Blog onde você encontra o melhor contéudo numismático do Brasil!
O pulo do gato é, além de muito conhecimento, procure também os melhores acessórios e insumos para organizar e armazenar seus itens de coleção. Dessa forma o ajuntador começa a entender a numismática, distinguindo entre moedas comuns e moedas raras, e distinguindo sua coleção por um critério temático.
O verdadeiro pulo do gato é que o indivíduo se sentir vinculado aos elos de valores da sua coleção e vira um especialista em sua temática além de desenvolver competência positivas em sua personalidade enquanto numismata e colecionador.
LEMBRE-SE: SER COLECIONADOR E NÃO AJUNTADOR
Desta forma o colecionador mergulha em estudar e compreender as especificidades da temática de sua coleção e começa a ser movido pelo sentimento de querer estar além da “posse” de inúmeras moedas, cédulas ou medalhas que não se relacionam como um todo. Este “fenômeno” acontece porque ele sabe que, o contexto daquela temática, suas implicações e impactos causados na história, circulou em determinado país ou época.
O colecionador que não reconhece os valores históricos, seus recortes e especificidades de eventos, cultura e curiosidades da época escolhida para colecionar simplesmente está juntando objetos, ou com olhos vendados pela falsa ideia de riqueza ao possuir muita, mas muita quantidade de peças sem qualquer conexão uma com a outra. Na maioria das vezes, esse tipo de colecionador nem ao menos possui uma série completa de qualquer temática que seja.
O numismata autêntico é um estudioso acima de tudo e não alguém que acumula peças sem sentido algum. O numismata já entende que suas peças pertencem à um tema e período da história e pode organizá-la em forma cronológica e de coleção, em pastas com divisórias por temas, pode catalogar suas peças, e colocá-las em organizadores adequados.
O colecionador que está além do ajuntador é um verdadeiro arquiteto de sua coleção. Ele sabe o valor histórico de cada item com a consciência de além de estar preservando uma fração da história, sua coleção também é um investimento para o futuro quando enquanto cumprir alguns critérios numismáticos. Tudo isso através de moedas, cédulas ou medalhas.
COLECIONADORES E SUAS ESPECIFICIDADES
Quando chega nesse estágio em que colecionador se transforma em pesquisador e arquiteto da temática de sua coleção, a síndrome do possuído pelo seu “tesouro” é bastante reduzida. De ajuntador à colecionador se aprende que muito mais do que juntar moedas, há um estágio onde é possível concentrar-se mais na qualidade, rigor e integridade da coleção ao invés da quantidade de peças.
Claro que ter muitas coleções completas é ótimo, mas vamos nos concentrar em realizar o que está ao alcance de cada colecionador em seu momento, e principalmente, completar coleções.
Portanto, a moeda adicionada ao acervo que não siga o tema ou modalidade escolhida pelo colecionar, é uma moeda em um oceano, ou seja, não possui conexão. Caso você tenha um motivo importante para deixa-la na coleção, neste caso, mantenha.
DICAS PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO
O primeiro conselho que orientamos para iniciantes é obter um catálogo e estudar. Procure atualizar-se sobre preços estimados de negociação para as várias notas e moedas em circulação de acordo com temática escolhida.
De um modo geral, quanto mais “caro” um item está classificado no catálogo, mais difícil será de encontrar. Lembre-se: leitura qualificada em fontes de informação seguras são sempre o melhor suporte para nós colecionadores.
Em seguida, o iniciante deve definir o que deseja para sua coleção. Para isso, você precisará de uma temática, conceito, ou metodologia para definir o padrão da sua coleção.
Percorra por temas como por exemplo a linha do tempo do colonial, império e república, que geralmente são das opções mais procuradas. No caso de moedas ou medalhas você ainda pode refinar sua coleção por metais como ouro, prata, cobre ou vários metais (série de moedas de metais comuns).
Geralmente se começa pelo período mais recente e, em seguida, olhando para trás, comece arquitetar uma reconstrução da história através de sua coleção.
Também o inverso, caso tenha herdado uma coleção de seus avós, por exemplo, procure entender em que parte da história suas moedas foram emitidas e, quem sabe, dê continuidade nessa série para valorização das peças como um todo.
Dica importante: As notas e moedas possuem seus respectivos organizadores que te ajudarão a criar um método ideal de organização para sua coleção. Consulte nosso site ou entre em contato para saber quais os melhores produtos para suas peças.
SUGESTÃO FINAL
A coleção é feita de acordo com o gosto particular do colecionador e os recursos de que dispõe. Isso exige muita paciência, carinho, método e rigor com relação ao estudo e disciplina metodológica para catalogação da coleção.
Para iniciantes recomendamos definir um limite de investimento para a coleção e lembre-se sempre de que, quando uma coleção é muito abrangente, muitas vezes fica dispersa. Estudar livros, catálogos, revistas e textos é essencial. Consulte aqui em nosso site nos seguintes links que sugerimos com materiais que podem te dar apoio:
https://www.caravelascolecoes.com.br/catalogo
https://www.caravelascolecoes.com.br/livros
https://www.caravelascolecoes.com.br/materiais-numismaticos
Ao escolher notas ou moedas sempre procurar exemplares em bom estado de conservação para melhorar valorização da coleção e, sempre que possível, substitua a peça antiga por uma de qualidade melhor. Moedas e notas raras são realmente de maior valor, e nesses casos costumam ser exceções quanto à exigência de um estado de conservação específico.
Preste muita atenção ao passar cédulas e moedas em suas mãos, pois às vezes podem trazer surpresas incríveis e você nem imagina. Em caso de dúvida consultar uma pessoa experiente. É saudável interagir com outros colecionadores por meio de clubes e entidades colecionadoras e lembre-se que estamos a disposição para esclarecer dúvidas.
REFERÊNCIAS
CASA DA MOEDA DO BRASIL. Como colecionar – Numismática. Disponível em https://www.clubedamedalha.com.br/como-colecionar-numismatica Acesso em 13 set 21
DA SILVA, Nicole Loureiro. A Numismática na Educação: utilização de moedas como documento histórico na sala de aula. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/21/a-numismatica-na-educacao-utilizacao-de-moedas-como-documento-historico-na-sala-de-aula Acesso em 14 set 21
PIERRY, PLÍNIO. O numismata: o que é e como se tornar um. Disponível em https://collectgram.com/blog/o-numismata-o-que-e-como-se-tornar-um/ Acesso: 13 set 21
SOCIEDADE NUMISMÁTICA BRASILEIRA. O que é numismática. Disponível em: http://www.snb.org.br/portal/oqueenumismatica.htm. Acesso em: 15 set. 21
